17 de jun. de 2009

Metrô.

E de repente você acorda e percebe que tudo está tão simbolicamente errado e ao mesmo tempo tão harmonicamente correto. A realidade é chata, o sonho é sempre bem-vindo. Escutamos histórias todos os dias, de diversas pessoas, sobre diversos assuntos; várias delas nos estigmatizam e jamais nos deixam. Eis aqui uma daquelas histórias que simplesmente vão embora, e que são boas para se refletir um pouco.

Haja paciência para suportar alguém como Tsubaki. Se você não a conhece, pense bem antes de fazê-lo e se a conhece... Bom, meus pêsames. De uma forma ou de outra, talvez seja esse o seu diferencial. Quem quer apenas mais um "normal" rodando por aí? Infelizmente, tenho que admitir, muitos. Preconceituosos de merda. Mas não Tsubaki (muito menos esta que vos escreve). Tsubaki é a favor dos "anormais", dos estranhos e dos (ligeiramente) esquizofrênicos. É uma aventureira, uma sonhadora, uma pensadora e uma "believer" (sim, em inglês, porque "acreditadora" e "credora" são traduções toscas e insuficientes e até, creio eu, neologismos). "Believer" foi um termo que Tsubaki escolheu para definir-se, pois, como a própria palavra sugere, ela é o tipo de pessoa que acredita sempre e que, por isso, raramente desiste. Eis alguns dos motivos para a sua paixão obsessiva pela medicina.
Andar de metrô na cidade de São Paulo, sem pressa e, até, sem destino, é definitivamente uma das melhores maneiras para se esquecer de tudo e pensar um pouco na vida. Viagens longas, de carro, avião ou ônibus têm o mesmo efeito. Porém, diferente dos anteriores, o metrô é um meio sempre acessível, peculiar e extraordinário. Dar-se conta da quantidade de pessoas que circulam de metrô por toda a metrópole chegou a ser assustador para Tsubaki, ainda mais se esse evento ocorre às 16h30min de uma terça-feira. Aqueles que moram em cidades menores compreendem muito bem o que falo. Para nossa aventureira, Tsubaki, andar de metrô (ou qualquer outro veículo) por um longo espaço de tempo causa uma espécie de transe. Ainda mais, se ela estiver sozinha. Se o movimento do metrô não o faz entrar em uma espécie de hipnose, receio dizer que você é mais um infeliz sem imaginação. O transe em que se encontra quando está no metrô é tão grande, que Tsubaki chega a perder a noção de tempo e espaço. É como se nada existisse, a não ser seus próprios pensamentos. Não é nada de mais, e também nada de menos. É apenas uma experiência interessante. É um estimulante para reflexões: sobre quem somos, o que somos, o que fazemos, como agimos, como pensamos e, até, como refletimos. Eu gosto de refletir sobre o que é importante pra mim no momento; é como rezar, você sempre pede o que mais convém, o que mais importa na hora. É engraçado pensar como um simples meio de transporte pode proporcionar tal sensação. Metrô. Eu simplesmente amo metrô.