31 de jul. de 2009

Dia Comum.

O tempo passa. A cada dia, a cada hora, a cada instante, algo muda. É difícil perceber, é difícil aceitar. Quando menos se espera, algo se transforma. As sensações são diferentes, os humores, os sentimentos, os pensamentos.
Um dia comum na grande São Paulo. Cinzento e sujo, como de costume. Passa-se o dia em casa, no quarto. Um dia nada agradável para movimentar-se ou crescer, um dia tedioso. Os episódios de Fringe estão com defeito, o computador pifa, Chrno Crusade mostra-se fascinante e atraente, o frio chega a doer, implicâncias, impaciência, vontade de chorar suprimida, raiva, solidão. Como pode um dia tão comum ter tantos acontecimentos diferentes? Um emaranhado de emoções atinge-nos de maneira imprevisível, vemo-nos sufocados por ele; pensamentos sombrios ofuscam a razão; vontades inexoráveis perseguem-nos de modo contínuo.
Creio que “dias comuns” não sejam os melhores na vida de Tsubaki. Memórias dolorosas vêm à tona. É meio irônico, mas, apesar de tudo, gosto de dias assim. Poderia passar por eles constantemente sem me importar. Creio que ser inteligente demais não traga muitos benefícios. Ter a arte correndo pelas veias seja o pior dos vírus. Ser canceriana seja um drama infinito. Ser viciada em música, paz e medicina seja sadismo. Ouvir calada seja o pior dos martírios. Segurar o choro seja a pior das dores. Pensar em suicídio seja a maior das fraquezas. Orar a Deus seja a maior das salvações. E, finalmente, creio que ‘dia comum+esporro+sentimentalismo-mor’ = viajar na maionese. Como sempre. ;)

1 de jul. de 2009

Dor.

A dor é algo estranho. É engraçado o meio como Deus age em nossas vidas. Um meio tão complexo e inexplicável, um meio tão difícil e incompreensível. Todos os dias nos deparamos com situações distintas e que nunca retornarão. Enfrentamos barreiras, vencemos obstáculos, conquistamos a glória, chegamos ao fundo do poço, vivenciamos situações marcantes, momentos inesquecíveis, temos conversas que mudam a nossa vida, crescemos, mudamos, fazemos descobertas, temos revelações. É engraçado como as coisas ocorrem, de um certo modo, não se pode impedir o fluxo natural delas, mas se pode tomar decisões que alterem as consequências previstas. Acontecimentos vão e vêm em nossas vidas, a todo instante, e muitos surgem de forma tão inesperada, que fazem uma revolução em tudo o que somos. A grande merda disso tudo, é quando o que mais tememos torna-se realidade. A separação é uma dessas realidades. Eis que surge a partir dela uma dor tão grande, que lágrimas parecem não ser suficientes para expressá-la. Eis que chega uma hora, que nos damos conta de que simplismente chorar e gritar como crianças, não diminuirá a agonia que vai crescendo em nosso coração. Eis que agimos como idiotas e tentamos trancar a dor em nosso peito e enterrá-la com tudo o que temos. Eis que a compartilhamos com alguém e isso não ajuda em porra nenhuma. Eis que caímos em desespero e ficamos perdidos, em dor, sangrando, morrendo. Eis que buscamos Deus, pedimos a paz, a cura; meros anestésicos, que mascaram-na temporariamente e que quando acabam parecem intensificá-la. Eis que buscamos Deus sem saber o que pedir. Eis que pedimos forças para aguentar esperar pelo tempo. Tempo... Que vai passando tão devagar... Dor... Que como brasa, nos queima e marca, como um castigo por ter amado a pessoa errada. Dor que não cessa e que permanece como ferida aberta e incoagulável. Dor que se esconde no peito. Dor que, enquanto presa, parasita-nos e nos mata lentamente.