9 de set. de 2009

Reverência aos Amantes.

De que pode ser feito tal sentimento, tal relação? Por que foi criado o sentido pejorativo, se a semântica da palavra diviniza os sujeitos? O que é o “amante” de fato? Não seria, nada mais, do que aquele que ama? O uso contínuo, inexorável, deu à palavra um sentido incorreto e ligado à traição. Um amante é simplesmente aquele que ama: um objeto, um animal, uma pessoa. E o que é o amor, se não o caminho máximo ensinado e cumprido por Deus? De que forma pode-se acusar um amante, simplesmente pelo fato de ele ter cometido o ato da traição? Como se pode julgá-lo? A traição nada mais é do que uma balança em sensível equilíbrio. Um ato de culpa dividida. Há tantos momentos em que o amor cega; ideologias, ética, moral, nada disso existe. Há tantos momentos em que a raiva cega; e aqueles equivalem, também, a esse sentimento. O que é a traição, se não um conceito criado e divulgado pelas sociedades? A traição não é um pecado, é uma válvula de escape. Para o desejo, para a luxúria, para a vaidade e, até, para o amor. Quem nunca presenciou um amor difícil, quase impossível? Não crucifiquemos o traidor, que é apenas alguém sem escolha. Indeciso. Sem rumo. Apenas um ser humano, que cometeu um erro, justificável ou não. Merecido à pessoa atingida, ou não. Eu reverencio os amantes que verdadeiramente amam, porque têm coragem e não têm escolha. Eu reverencio os amantes que se descobrem por um acaso, porque seu amor, nada mais é do que o inevitável. Eu reverencio os amantes que sofrem, porque seu corpo e sua alma imploram para que se completem e o mundo nada mais faz do que os impedir. Eu reverencio os amantes de verdade, porque seu amor inevitável não é a Tentação do diabo e sim, a Ligação Santa do Senhor.

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